domingo, 9 de maio de 2010

Soneto de Fidelidade


De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.



Vinicíos de Moraes

sábado, 1 de maio de 2010

Quebre o Silêncio


Hoje, dia em que homenagiamos os trabalhadores de todo o país, resolvi postar uma matéria a qual escrevi para um jornal local no qual trabalho. O tema é "Assédio Moral".

Muitas são as pessoas que sofrem caladas por conta do assédio moral. Situações humilhantes e constrangedoras podem ser encontradas facilmente no cotidiano dos trabalhadores essas que, muitas vezes, não sabem que sofrem de assédio moral. A psicóloga do Cerest Patrícia Felden explica como esse tema pode causar danos a sua saúde mental e física.


O que é Assédio Moral e como pode ser reconhecido?

O assédio moral pode ser caracterizado através da avaliação de situações humilhantes e constrangedoras, que ocorrem de forma repetitiva e prolongada, durante a jornada de trabalho. Se manifesta através de gestos, ações e verbalizações, interferindo nas relações interpessoais de trabalho, desestabilizando a vítima na sua relação com a organização e com o ambiente de trabalho. O assediador pode ser o chefe, o subordinado ou o próprio colega.

Quais as principais atitudes que caracterizam o Assédio Moral?

São inúmeras atitudes que, quando ocorrem de forma repetitiva e num conjunto de situações, podem caracterizar assédio moral. Entre elas, estão aquelas que desvalorizam e contestam o trabalho do profissional, ou tentam induzir ao erro. Também ações que visam fragilizar e ridicularizar o assediado frente aos demais ou fazê-lo desistir do trabalho.

Quais as consequências disso no trabalhador?

As conseqüências para o trabalhador podem ser a desqualificação e descredibilidade profissional, isolamento, alterações de pressão arterial, alterações de peso, tremores, estresse, agressividade, sentimento de fracasso, culpa, vergonha e humilhação, medo, tristeza, perda da auto-estima e do interesse pelo trabalho, consumo de bebidas alcoólicas e drogas, transtorno do sono, depressão e pensamento suicida, entre outros sintomas.

Quando detectado, o que o trabalhador deve fazer?

O trabalhador deve romper o silêncio, falar sobre o assunto, denunciar. Fortalecer laços afetivos com as pessoas que confia e com as quais pode conversar e expressar o que sente, procurando não se deixar abater, nem se isolar. Importante rever as relações interpessoais no trabalho e procurar orientação profissional, seja apoio jurídico, sindical, do conselho da categoria, do Ministério do Trabalho e do CEREST – Centro Regional de Referência em Saúde do Trabalhador.